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Arquitetos: NatureHumaine
- Área: 120 ft²)
- Ano: 2020
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Fotografias:Ronan Mézière
Descrição enviada pela equipe de projeto. O cliente desejava que o arquiteto projetasse uma segunda casa compacta, imersa em um terreno arborizado em frente ao Monte Orford, nas cidades do leste de Eastman, Canadá.
O lote de 4.000 m² (um acre), caracterizado por uma paisagem montanhosa, faz parte de um empreendimento habitacional que data dos anos 70. Em seu ponto mais alto, a propriedade é coroada com uma base sobre a qual se decidiu ancorar a nova construção.
As necessidades funcionais do cliente foram distribuídas estrategicamente em dois volumes independentes, conectados por uma passarela formando um vazio entre as casas. O volume principal abriga os espaços sociais e dormitórios, enquanto o segundo volume contém áreas funcionais, uma oficina e um quarto/sótão de hóspedes com banheiro privativo. A distinção física de ambos os elementos era um desejo do cliente, de modo a preservar a privacidade de ambos.
A orientação da casa foi ditada principalmente pela visão desejada do Mount-Orford. A sala de estar, jantar e a cozinha estão de frente para a montanha localizada na parte norte do terreno. Os mirantes são tratados tanto como molduras para a natureza quanto como amplas aberturas panorâmicas envidraçadas com vista para o perfil ondulado da paisagem. A posição da casa na borda do terreno inclinado amplia a vista, além de criar uma sensação de leveza para os habitantes.
Combinando o desejo por uma expressão contemporânea e inspiração da arquitetura tradicional, o volume da casa adota um telhado de duas águas com detalhes elegantes, como a ausência de beirais, um canto envidraçado sem montantes com juntas de silicone e aberturas de janela sem caixilho. No interior da casa, paredes e tetos pintados de branco, piso de concreto polido, ausência de rodapés convencionais são algumas das características minimalistas, reforçando a simplicidade e pureza do espaço.
Formalmente, a casa é mantida em sua forma mais elementar. Às duas entidades construtivas são divididas por uma passagem exterior de 1,80 m revestida na mesma madeira que o envelope geral. A perpectiva geral dá a ilusão de que um fenômeno natural tenha dividido um volume inicial em duas partes distintas. O resultado é uma lacuna que dá acesso direto a ambos os volumes e ao terraço na fachada sudeste. Na maioria das vezes, esta passagem oferece uma perspectiva dramática enquadrando a paisagem por trás da casa.
Os quartos se encontram logicamente organizados. A entrada principal está localizada no vazio, no centro do volume, na intersecção das duas circulações; uma no eixo do Mount-Orford, conduzindo às áreas habitáveis e o outro paralelo à passagem externa, que dá acesso aos dois quartos e a uma caixa de água.
Como resultado, uma aura de simplicidade e tranquilidade é induzida a partir desta moradia, deixando espaço para a contemplação da paisagem natural ao redor.